Novas tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos prometem agitar o cenário do comércio internacional, com impactos significativos em diversos países. O anúncio, feito na quinta-feira (25), detalha a imposição de taxas que variam entre 25% e 100% sobre uma gama de produtos, incluindo medicamentos, caminhões pesados, móveis, além de itens para cozinha e banheiro. A medida tem como data de início o dia 1º de outubro.
De acordo com o pronunciamento, a iniciativa visa fortalecer a indústria nacional frente à concorrência de importados e, sobretudo, assegurar a segurança nacional. A proteção da indústria de caminhões parece ser um ponto central da decisão.
O impacto das tarifas será sentido por diversos parceiros comerciais dos EUA. Na mira, estão principalmente os países que exportam os produtos agora taxados.
O setor farmacêutico é um dos mais afetados. A taxa máxima, de 100%, será aplicada a medicamentos de marca ou patenteados, com exceção daqueles produzidos por empresas que investirem em fábricas no território estadunidense. Países da Europa, importantes fornecedores de insumos e medicamentos, podem sofrer um grande impacto. A Irlanda, por exemplo, viu suas exportações de produtos químicos e farmacêuticos para os EUA saltarem 536% em 2025.
A Suíça, sede de gigantes farmacêuticas como Roche e Novartis, também pode ser afetada, mesmo com operações em território americano. Outros países como Austrália, Coreia do Sul e Reino Unido também podem sentir os efeitos das novas tarifas. A Austrália exportou cerca de US$ 1,3 bilhão em 2024, a Coreia do Sul conta com forte atuação da Samsung Biologics e o Reino Unido busca negociar isenções.