Um grupo de senadores dos Estados Unidos apresentou, nesta quinta-feira (18), um projeto de lei com o objetivo de revogar as tarifas impostas por Donald Trump sobre produtos importados do Brasil. A iniciativa, que ainda não tem data definida para votação, é defendida por parlamentares de diferentes espectros políticos, incluindo membros da oposição e um senador do mesmo partido de Trump.
Os senadores argumentam, em comunicado conjunto, que as tarifas poderiam aumentar os preços de alimentos e causar prejuízos à economia americana. A medida de Trump, anunciada em julho por meio de carta ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, estabeleceu uma taxação de 50% sobre diversos produtos brasileiros. Na ocasião, Trump justificou a ação, em parte, alegando “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A taxação, que entrou em vigor no início de agosto, previa isenção para cerca de 700 itens, incluindo suco de laranja, combustíveis, veículos, aeronaves civis e determinados tipos de metais e madeira.
O senador republicano Rand Paul, aliado de Trump, é um dos autores do projeto de lei. Apesar de demonstrar preocupação com a “perseguição do governo brasileiro” contra Bolsonaro, ele considera a ordem de Trump inconstitucional, argumentando que a política comercial é competência do Congresso e não da Casa Branca.
O líder da minoria no Senado, o democrata Chuck Schumer, acusou Trump de usar uma “guerra comercial” para promover uma agenda política pessoal, prejudicando os consumidores americanos.
Para que o projeto de lei seja aprovado, os democratas precisarão obter o apoio de pelo menos quatro senadores republicanos, já que o partido de Trump detém a maioria na casa. Além disso, a proposta também precisará ser aprovada na Câmara, onde o partido de Trump também possui a maioria.
Em abril, uma proposta semelhante para barrar tarifas de Trump sobre o Canadá foi aprovada no Senado, mas não avançou na Câmara. A oposição espera que, à medida que os impactos econômicos das tarifas se tornem mais evidentes, um número maior de republicanos vote contra a medida.