A indústria brasileira deve apresentar um crescimento de 1,7% em 2025, impulsionada principalmente pela indústria de transformação. A projeção, divulgada, aponta para uma desaceleração em relação ao desempenho do ano anterior.
Fatores como juros elevados, o aumento das importações e a expectativa de queda nas exportações, influenciadas pela sobretaxa de 50% aplicada pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, devem restringir o avanço do setor.
Segundo um diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a indústria brasileira, especialmente a de transformação, tem demonstrado estagnação nos últimos meses, mesmo diante de um aumento na demanda interna. Este aumento, impulsionado pelo aquecimento do mercado de trabalho e pelo aumento da renda, tem sido suprido, quase que integralmente, pelas importações.
Apesar do cenário, um secretário do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) considera o crescimento industrial deste ano positivo, projetando um crescimento industrial entre 1,5% e 1,8%, com um Produto Interno Bruto (PIB) crescendo cerca de 2,5%, mesmo com os desafios impostos pelas altas taxas de juros e pelas tarifas. As altas taxas de juros, segundo ele, impactam negativamente os setores de bens de consumo duráveis e de investimento em máquinas e equipamentos.
Setores menos sensíveis às variações na taxa de juros, como o de alimentos, têm conseguido absorver melhor a demanda interna.
A Sondagem da Indústria de Transformação, revelou um crescente pessimismo entre os empresários, com o Índice de Confiança da Indústria (ICI) registrando uma queda significativa. A taxa de juros elevada, considerada o principal fator macroeconômico que afeta a indústria atualmente, encarece o crédito e restringe o acesso a ele, impactando o consumo de bens duráveis e os investimentos produtivos.
A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros representa um obstáculo adicional para o setor. Apesar das tentativas de negociação e das medidas governamentais de apoio, como a criação de linhas de crédito, a indústria enfrenta o desafio de adaptar sua produção ao perfil de consumo norte-americano e de diversificar seus mercados.
