O mercado financeiro abriu a terça-feira com o dólar em foco, aguardando a análise da ata do Comitê de Política Monetária (Copom). A bolsa de valores, Ibovespa, teve sua abertura às 10h.
No cenário internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursará na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. A expectativa é que Lula apresente um contraponto às políticas de Donald Trump. Apesar de não haver confirmação oficial, cogita-se a possibilidade de conversas entre Lula e Trump sobre a sobretaxa de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros.
Antes da abertura do mercado, o Banco Central divulgou a ata da última reunião do Copom, onde a taxa Selic foi mantida em 15% ao ano. O documento destaca o impacto positivo da recente desvalorização do dólar sobre a inflação, mas sinaliza que os juros permanecerão altos por um período prolongado.
Nos Estados Unidos, investidores acompanham os discursos de dirigentes do banco central americano (Fed). Jerome Powell, presidente do Fed, participará de um evento público às 13h45. Michelle Bowman e Raphael Bostic também farão pronunciamentos durante a manhã. Além disso, serão divulgados dados econômicos dos EUA, incluindo índices de desempenho da indústria e do setor de serviços em setembro.
Ata do Copom revelou que o Banco Central avalia a queda do dólar e a desaceleração econômica como fatores que contribuem para o controle da inflação. Contudo, as projeções de inflação para os próximos anos permanecem acima da meta. O BC observou que a inflação de serviços se mantém resistente devido ao dinamismo do mercado de trabalho. A instituição reforçou a necessidade de uma política monetária contracionista (juros altos) por um período prolongado para conter a inflação. O BC enfatizou que a “reancoragem” das expectativas de inflação exige “perseverança, firmeza e serenidade”.
Nos EUA, o governo impôs novas sanções a brasileiros, incluindo Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes, alegando retaliação a decisões do STF. A medida bloqueia bens de Viviane nos EUA e afeta empresas vinculadas a ela. O governo Trump também revogou vistos de outras autoridades brasileiras. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, indicou a possibilidade de novas sanções a outras autoridades e alertou instituições financeiras brasileiras sobre relações com pessoas sancionadas.
Em Wall Street, os mercados fecharam em alta na segunda-feira, atingindo novos recordes, impulsionados por preocupações com as políticas de vistos de Donald Trump e seus impactos na economia. Na Europa, os mercados encerraram o dia sem direção definida, influenciados pelas políticas de vistos dos EUA e pelo desempenho fraco de empresas como Porsche e Volkswagen. Na Ásia, os mercados apresentaram resultados mistos, com destaque para a China, onde ações de empresas fornecedoras da Apple e do setor de chips subiram.