O governo federal, por meio do Ministério da Fazenda, demonstra resistência em injetar recursos do Tesouro Nacional para socorrer os Correios, estatal que enfrenta uma grave crise financeira. A empresa acumula prejuízos bilionários, resultado do aumento das despesas e da queda de receitas, conforme declarou o secretário-executivo da Fazenda.
Apesar da preocupação em manter uma empresa pública saudável, não há, segundo o secretário, encaminhamento concreto para aportes financeiros diretos do Tesouro. O governo trabalha em duas frentes para reverter a situação crítica.
A primeira ação foi a recente troca no comando da estatal. O Conselho de Administração aprovou a nomeação de um novo presidente, cuja posse deve ocorrer em breve.
Paralelamente, está sendo elaborado um plano emergencial com início previsto para 2025, além de uma estratégia de médio e longo prazo. Representantes do setor bancário teriam solicitado ao governo prioridade no enfrentamento da crise, manifestando preocupação com o futuro da empresa. O governo expressa interesse em dar suporte, evitando que a estatal fique sem apoio.
Os Correios registraram um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, um valor três vezes maior que o registrado no mesmo período de 2024. O resultado negativo foi particularmente acentuado no segundo trimestre, com perdas de R$ 2,6 bilhões. No primeiro trimestre, o prejuízo já havia alcançado R$ 1,7 bilhão, representando o pior início de ano em quase uma década.
Entre janeiro e junho, a estatal acumulou R$ 3,4 bilhões em despesas administrativas, que incluem gastos com pessoal e precatórios, representando um aumento de 74% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse aumento é atribuído, em parte, ao reajuste salarial concedido a mais de 55 mil funcionários e ao crescimento das dívidas judiciais.