Brasileiros Abandonam a Faculdade: Mais da Metade Não Conclui Curso Após Prazo

Um levantamento recente revela um cenário preocupante no ensino superior brasileiro. Imaginando um grupo de 100 estudantes que iniciaram uma graduação de quatro anos em 2021, a realidade aponta que, até 2027, três anos após a data prevista para formatura, 51 deles não terão concluído o curso. Um quarto desse grupo (25 alunos) terá desistido já no primeiro ano.

A comparação com países de alto desenvolvimento humano como Luxemburgo, Suíça e Noruega, expõe um contraste alarmante. No Brasil, 25% dos estudantes abandonam o bacharelado no primeiro ano, enquanto a média da OCDE é de 13%, já considerada alta. Apenas 38% dos brasileiros concluem a graduação no tempo esperado, contra 43% na OCDE. Três anos após o prazo, 51% dos alunos brasileiros permanecem sem diploma, enquanto na OCDE a média é de 30%.

Essa baixa taxa de conclusão se reflete no percentual de jovens adultos (25 a 34 anos) com ensino superior completo no Brasil: apenas 24%, em comparação com 49% na OCDE.

Especialistas apontam diversos fatores para a alta evasão. Um deles é a baixa qualidade da educação básica, que deixa os alunos com lacunas no conhecimento, dificultando a progressão na graduação. A questão financeira também é um obstáculo, com muitos estudantes enfrentando dificuldades para arcar com os custos, especialmente na rede privada. A falta de perspectiva, motivada pela qualidade questionável de alguns cursos, também desmotiva os alunos, que não veem o diploma como garantia de bons retornos financeiros.

Nos cursos de STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), a situação é ainda mais crítica, com uma taxa de conclusão de 38%, inferior à da área da Saúde (46%). A deficiência em matemática, resultante da fragilidade da educação básica, é apontada como um fator determinante nessa evasão.

O estudo também revelou que 76% dos brasileiros tiram um “ano sabático” após o ensino médio, um percentual significativamente maior do que a média da OCDE (44%). Mulheres, em geral, apresentam maior probabilidade de concluir a graduação no tempo certo ou em até três anos após o prazo. Em 2024, quase um quarto dos jovens (24%) de 18 a 24 anos no Brasil não trabalhava nem estudava, um percentual acima da média da OCDE (14%).

Apesar do cenário preocupante, o estudo destaca que indivíduos com ensino superior completo ganham, em média, 148% a mais do que aqueles com ensino médio completo no Brasil.

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setembro 9, 2025
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