O governo dos Estados Unidos, sob a liderança do presidente Donald Trump, planeja um significativo pacote de ajuda financeira para os agricultores do país, visando mitigar os efeitos da atual guerra comercial com a China e outras nações. A medida busca compensar as perdas enfrentadas pelo setor agrícola em decorrência das tensões comerciais globais.
Estima-se que o auxílio governamental possa variar entre US$ 10 bilhões e US$ 14 bilhões. Produtores de soja devem ser o principal foco da iniciativa, após a suspensão das compras do grão americano por parte da China, em resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos.
A China, que aplica tarifas de 20% sobre a soja dos EUA desde abril, interrompeu as importações em maio, não realizando nenhuma compra da safra iniciada em setembro. A soja é o principal produto de exportação dos EUA, representando cerca de 14% do total, sendo a China um dos seus maiores clientes, responsável por 25% das compras nos últimos anos.
O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, havia antecipado a notícia de um “apoio substancial” aos agricultores, especialmente aos produtores de soja. Trump, em suas redes sociais, também mencionou as dificuldades enfrentadas pelos produtores de soja devido à postura da China. Ele assegurou que parte dos recursos provenientes das tarifas impostas seriam direcionados para auxiliar os agricultores.
Está prevista uma reunião entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, onde a questão da soja será um dos temas centrais. O encontro deve ocorrer durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico.
A Associação Americana de Soja alerta para a urgência de um acordo, visto que a China já estaria comprando soja do Brasil e da Argentina para entregas até dezembro, o que poderia deixar os produtores americanos de fora das negociações. A associação ressalta a importância da produção de soja nos EUA, que movimentou US$ 60,7 bilhões no ciclo 2022-2023, com mais da metade destinada à exportação, tendo Illinois como o principal estado produtor, seguido por Iowa, Nebraska e Minnesota.
Fonte: g1.globo.com