As famílias com filhos em escolas particulares devem se preparar para um aumento significativo nas mensalidades a partir de 2026. Um estudo recente da consultoria Grupo Rabbit aponta para um reajuste médio de 9,8% nas anuidades. O percentual, se confirmado, representará mais que o dobro da inflação projetada para o próximo ano, estimada em 4,81%.
De acordo com a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), o reajuste anual não está atrelado unicamente à inflação. A correção, que pode ocorrer apenas uma vez por ano, visa garantir a manutenção das atividades escolares, cobrindo despesas como salários de professores e custos com serviços públicos essenciais. A legislação, especificamente a Lei º 9.870/1999, que regulamenta as cobranças, determina que as escolas informem sobre as novas taxas com antecedência mínima de 45 dias em relação ao período final de matrículas. A expectativa é que a maioria das instituições privadas divulgue os valores já em outubro.
Nos anos anteriores, os aumentos praticados foram de 9,3% no período 2023/2024 e de 9,5% em 2024/2025. Apesar dos reajustes sucessivos, a pesquisa aponta para uma queda na rentabilidade média do setor, que atingiu 14%, índice considerado baixo para empresas prestadoras de serviços. A educação infantil foi a mais impactada, tendo oferecido descontos de cerca de 25% durante a pandemia e ainda não recuperando totalmente sua margem de lucro. As demais etapas de ensino, por terem conseguido implementar aulas online, sentiram um impacto menor.
O levantamento traz, contudo, um dado animador: em abril de 2025, as rematrículas alcançaram o recorde de 83%. A baixa evasão para escolas mais acessíveis é creditada à gestão mais eficiente e às estratégias de negociação com as famílias. A Fenep confirma essa tendência, embora ressalte que o avanço não é uniforme, e a lucratividade tem se mostrado um desafio, especialmente para as instituições menores.
