A Costa Rica lidera o ranking de países da América Latina que mais atraíram milionários estrangeiros na última década, impulsionada por um crescimento de 76%. Esse dado coloca o país centro-americano em sexto lugar no cenário global, de acordo com o “Relatório de Migração de Riqueza Privada 2025”. Estima-se que cerca de 8,4 mil milionários já migraram para o país, e a expectativa é de que outros 350 cheguem em 2025.
O estudo define “milionário” como indivíduo com patrimônio superior a US$ 1 milhão em ativos líquidos, excluindo bens como imóveis. O aumento significativo no fluxo migratório ocorreu, principalmente, após a pandemia de Covid-19, que desencadeou uma mudança de mentalidade global, incentivando pessoas com recursos a buscarem residência em locais de sua preferência.
Esse fenômeno impulsionou a construção e compra de propriedades de luxo, resultando em um rápido aumento dos preços no mercado imobiliário, especialmente em áreas costeiras, onde os valores dobraram em um curto período. Embora alguns estrangeiros se estabeleçam permanentemente na Costa Rica, muitos mantêm residências em outros países, passando parte do ano no país centro-americano.
O sistema fiscal costarriquenho, que não cobra impostos sobre ganhos de capital obtidos no exterior, e a alíquota máxima de imposto de renda relativamente baixa (25%) são atrativos para investidores. Além disso, o país oferece o chamado “visto dourado” para estrangeiros que investem pelo menos US$ 150 mil em imóveis.
Apesar de seus atrativos, o crescente fluxo de milionários tem gerado debates e controvérsias no país, incluindo o surgimento de movimentos contrários ao que consideram uma “invasão” de estrangeiros ricos nas áreas costeiras. O aumento do custo de vida e a gentrificação são algumas das preocupações levantadas pelas comunidades locais.
A maioria dos milionários que se mudam para a Costa Rica provém dos Estados Unidos e do Canadá, mas também há um número crescente de europeus e latino-americanos, como mexicanos, colombianos e venezuelanos. Muitos desses indivíduos são “semiaposentados” que supervisionam seus negócios à distância ou vivem de seus investimentos, incluindo um número crescente de criptomilionários.
Regiões como Guanacaste, com seu aeroporto internacional, têm experimentado um boom na construção civil e um aumento significativo nos preços dos imóveis, gerando preocupações sobre o deslocamento da população local e o acesso aos recursos hídricos.