A Vale inaugurou nesta quinta-feira, em Ouro Preto (MG), a mina Capanema, dedicada à produção de minério de ferro. O empreendimento representa um investimento de R$ 67 bilhões até 2030 e sinaliza uma nova fase para a mineradora, com foco em processos produtivos mais sustentáveis, seguros e inovadores. A empresa pretende transformar os métodos de mineração.
A cerimônia de lançamento contou com a presença do presidente da Vale, Gustavo Pimenta, do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e do presidente da Assembleia Legislativa do estado (ALMG), Tadeu Leite (MDB).
A operação da mina Capanema se destaca por utilizar umidade natural no processamento do minério, eliminando o uso de água e a geração de rejeitos, o que dispensa a necessidade de barragens. O projeto também incorpora tecnologias avançadas, como caminhões autônomos, que operam sem motorista. Além disso, a mina reaproveita resíduos de ferro armazenados em antigos montes de rejeitos.
A modernização e integração da mina, que estava paralisada há 22 anos, demandaram um investimento de R$ 5,2 bilhões e envolveram mais de 6 mil trabalhadores e cerca de 40 empresas. Atualmente, a operação emprega 800 pessoas.
A Vale estima que a operação gere R$ 440 milhões em royalties por ano e movimente R$ 3 bilhões anuais em salários. A empresa informou que a maior parte dos investimentos será destinada à ampliação da filtragem e empilhamento a seco de rejeitos, buscando reduzir o uso de barragens.
A mineradora pretende intensificar as práticas de mineração circular, com o reaproveitamento de materiais de estruturas antigas para minimizar desperdícios e o impacto ambiental. Outras iniciativas incluem a produção de areia sustentável e a Fábrica de Blocos em Itabirito, que transforma rejeitos em materiais para construção civil.
Os investimentos também abrangem a eliminação de barragens e diques do Programa de Descaracterização de Estruturas a Montante. Desde 2019, a Vale afirma ter executado cerca de 60% deste programa, com oito das 13 estruturas remanescentes em obras. A empresa garante que todas as estruturas estão inativas e são monitoradas 24 horas por dia por seus Centros de Monitoramento Geotécnico.
